Para cientistas políticos e analistas consultados pela BBC News Brasil, embora representem pouco mais de um terço do total de eleitores do país, os jovens podem ter impacto importante no resultado final da votação.

“Essa eleição tende a ser muito apertada, pois os dois principais candidatos têm alto grau de rejeição. E nesse cenário, grupos e minorias homogêneas podem fazer a diferença”, diz Leonardo Barreto, diretor da consultoria de risco político Vector Research.

O especialista explica ainda que a percepção dos eleitores mais novos sobre sua relevância no cenário atual pode motivar maior mobilização em torno de um objetivo comum.

“A literatura de ciência política diz que quanto mais um grupo acredita em sua capacidade de fazer a diferença, mais ele se mobiliza. Ao mesmo tempo, quando indivíduos não acreditam que podem mudar um resultado, a tendência é de se desmobilizar”, explica.

“Os jovens sozinhos, obviamente, não tem condições de garantir a vitória de um candidato, mas na somatória eles certamente farão a diferença, especialmente nesse contexto de alta rejeição ao atual presidente na ala”, diz Maria do Socorro Braga, professora de Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Uma pesquisa Datafolha feita somente com jovens de 16 a 29 anos entre os dias 20 e 21 de julho em 12 capitais revelou que Bolsonaro tem a preferência de 20% dos eleitores desse universo, contra 51% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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