Quem criminaliza a homossexualidade está “equivocado”, afirmou o papa Francisco em uma carta publicada neste sábado (28), na qual quis esclarecer uma declaração sua recente, quando disse que ser homossexual é “pecado”.
Em uma entrevista publicada na quarta-feira, o papa de 86 anos disse que ser homossexual “não é crime […], mas é pecado”.
No documento publicado hoje e endereçado a um sacerdote jesuíta, Francisco assinalou que, na entrevista, queria “esclarecer que [a homossexualidade] não é crime, para enfatizar que toda criminalização não é boa nem justa”.
“Quando disse que é pecado, simplesmente me referi ao ensino da moral católica que diz que todo ato sexual fora do casamento é pecado”, escreveu.
O texto é uma resposta do pontífice argentino a uma carta do sacerdote americano James Martin, que pediu um esclarecimento sobre os comentários que o papa fez durante a entrevista com a agência de notícias Associated Press.
O tema da homossexualidade provoca forte divisão na Igreja Católica entre modernistas e conservadores.
A carta de Francisco foi escrita em espanhol e publicada pelo site Outreach, uma plataforma católica LGBTQIA+ da qual Martin é editor.
“Àqueles que querem criminalizar a homossexualidade eu diria que estão equivocados”, escreveu o papa. “Como você pode ver, estava repetindo uma coisa geral. Deveria ter dito ‘é pecado assim como todo ato sexual fora do casamento’.”
Francisco inicia na próxima semana uma viagem à África, onde a criminalização da homossexualidade é comum.
O papa passará por República Democrática do Congo e Sudão do Sul durante a visita de seis dias ao continente.
Embora Francisco tenha recebido homossexuais e dado instruções para que eles sejam bem acolhidos dentro da Igreja, ele mantém-se em linha com a doutrina católica sobre o casamento, que corresponde à união de um homem e uma mulher.