A negociação era intensa na tarde desta segunda-feira, 9, nos corredores da Academia da Polícia Federal, em Brasília. Depois de um grupo de advogados ser levado a uma sala, a PF liberou os profissionais para conversarem com as primeiras pessoas detidas pelos atos antidemocráticos que culminaram na depredação de patrimônio público. Foram priorizados os idosos que estão detidos na unidade de Sobradinho, no entorno de Brasília.
Nos corredores da PF, advogados começaram a chamar pessoas, tentando agrupá-las por cidades ou Estados. “Quem aqui é de Brasília e região?”, gritava um advogado. O espanto foi geral, ao ouvirem que estavam detidos e que seriam encaminhados para o Complexo Penitenciário da Papuda.
Rodeado por um grupo de golpistas que carregavam mochilas e sacolas, um advogado dizia: “Eu preciso que, agora, vocês se atenham à prisão. Vocês têm advogados? Já constituíram advogados?” questionava, pedindo a uma auxiliar que pegasse um papel e uma caneta para anotar nomes e dados pessoais dos clientes potenciais.
Perguntado por um dos detidos sobre o valor dos seus serviços, o advogado foi direto. “Eu faço por R$ 1 mil o acompanhamento da oitiva (depoimento) e da briga pela audiência de custódia”, respondeu.
Cerca de 1,5 mil pessoas estão detidas no local. A Polícia Federal organiza o atendimento judicial aos grupos e a quem tiver interesse.