STF retoma julgamento sobre responsabilização das redes sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quarta-feira (25) o julgamento sobre a responsabilização das plataformas que operam as redes sociais pelas postagens ilegais feitas por seus usuários.

O julgamento foi suspenso no dia 12 de junho, quando foi formado placar de 7 votos a 1 a favor da inconstitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), norma que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da internet no Brasil.

Os próximos votos serão proferidos pelos ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia e Nunes Marques.

Apesar da maioria formada, ainda não foi aprovada a tese jurídica com os detalhes da decisão. A tese é necessária para estabelecer as regras que as plataformas deverão seguir para a retirada dos conteúdos ilegais e cumprir a decisão da Corte.

Até o momento, a maioria dos ministros considera inconstitucional o texto do Artigo 19 do Marco Civil. Pelo dispositivo, “com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e impedir a censura“, as plataformas só podem ser responsabilizadas pelas postagens de seus usuários se, após ordem judicial, não tomarem providências para retirar o conteúdo.

Votos

Nas sessões anteriores, os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes votaram a favor da responsabilidade civil das plataformas que operam as redes sociais.

Para Moraes, as big techs impõem seu modelo de negócio “agressivo“, sem respeitar as leis do Brasil, e não podem ser uma “terra sem lei“.

No entendimento de Dino, o provedor de aplicações de internet poderá ser responsabilizado civilmente pelos danos decorrentes de conteúdos gerados por terceiros.

Gilmar Mendes considerou que o Artigo 19 é “ultrapassado” e que a regulamentação das redes sociais não representa ameaça à liberdade de expressão.

Cristiano Zanin votou pela inconstitucionalidade do artigo e afirmou que o dispositivo não é adequado para proteger os direitos fundamentais e impõe aos usuários o ônus de acionar o Judiciário em caso de postagens ofensivas e ilegais.

Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli votaram para permitir a exclusão de postagens ilegais por meio de notificações extrajudiciais, ou seja, pelos próprios atingidos, sem decisão judicial prévia.

Luís Roberto Barroso diz que a ordem judicial é necessária para a remoção somente de postagens de crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria”). Nos demais casos, como publicações antidemocráticas e terrorismo, por exemplo, a notificação extrajudicial é suficiente para a remoção de conteúdo, mas cabe às redes o dever de cuidado para avaliar as mensagens em desacordo com as políticas de publicação.

O único voto divergente foi proferido pelo ministro André Mendonça, que votou a favor pela manutenção das atuais regras que impedem a responsabilização direta das redes.

Casos julgados

O STF julga dois casos concretos que envolvem o Marco Civil da Internet e que chegaram à Corte por meio de recursos.

Na ação relatada pelo ministro Dias Toffoli, o tribunal julga a validade da regra que exige ordem judicial prévia para responsabilização dos provedores por atos ilícitos. O caso trata de um recurso do Facebook para derrubar decisão judicial que condenou a plataforma por danos morais pela criação de perfil falso de um usuário.

No processo relatado pelo ministro Luiz Fux, o STF discute se uma empresa que hospeda um site na internet deve fiscalizar conteúdos ofensivos e retirá-los do ar sem intervenção judicial. O recurso foi protocolado pelo Google.

STF torna Bolsonaro e aliados réus por tentativa de golpe em 2022

O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e um grupo de aliados, tornando-os réus por tentativa de golpe de Estado. A decisão foi tomada pela Primeira Turma do STF e representa um marco na política brasileira.

A denúncia apresentada pela PGR acusa Bolsonaro e 33 outras pessoas de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo a investigação da Polícia Federal, os acusados teriam articulado um plano para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.

Entre os réus, estão ex-ministros, militares e assessores próximos a Bolsonaro. A defesa do ex-presidente argumenta que não há provas concretas e que as acusações têm motivação política. No entanto, a PGR sustenta que há evidências robustas, incluindo mensagens interceptadas, depoimentos de delatores e registros de reuniões secretas.

Agora, com a aceitação da denúncia, o processo segue para a fase de instrução, onde serão analisadas provas e ouvidas testemunhas. Caso condenados, os réus podem enfrentar penas severas, incluindo prisão.

O caso gera grande repercussão política e jurídica, reacendendo debates sobre o papel das instituições democráticas no Brasil. A oposição comemora a decisão como um passo contra a impunidade, enquanto aliados de Bolsonaro falam em perseguição judicial. O desdobramento do julgamento será acompanhado de perto pela sociedade e pela comunidade internacional.

STF: Tribunais de Contas podem responsabilizar governadores e prefeitos

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou entendimento de que os Tribunais de Contas estaduais poderão impor condenação administrativa a governadores e prefeitos responsabilizados pessoalmente por irregularidades no cumprimento de convênios de repasse de verbas entre estados e municípios. De acordo com a decisão, o ato não precisa ser julgado ou aprovado posteriormente pelo Poder Legislativo estadual ou municipal.

A decisão é referente ao caso do ex-prefeito do Município de Alto Paraíso (RO) Charles Luis Pinheiro Gomes, que pediu a anulação de decisão do Tribunal de Contas de Rondônia (TCE-RO) que o condenou ao pagamento de débito e multa por irregularidades na execução de convênio firmado com o governo estadual.

O relator do processo (Recurso Extraordinário com Agravo 1436197) ministro Luiz Fux, observou que no julgamento do Recurso Extraordinário 848826, o Supremo se limitou a vedar a utilização do parecer do Tribunal de Contas como fundamento suficiente para rejeição das contas anuais dos prefeitos, e do consequente reconhecimento de inelegibilidade. No entanto, pontuou que essa decisão não impede o exercício da atividade de fiscalização, e das competências dos Tribunais de Contas, que possuem autonomia garantida pela Constituição.

O ministro destacou ainda decisões anteriores em que o STF fez essa distinção, reconhecendo a possibilidade de apreciação administrativa e de imposição de sanções pelos Tribunais de Contas, independentemente de aprovação posterior pela Câmara de Vereadores.

Segundo ele, uma das competências dos Tribunais de Contas é a definição da responsabilidade das autoridades controladas, com aplicação das punições previstas em lei ao final do procedimento administrativo. O ministro ressaltou ainda que a imposição de débito e multa decorrente da constatação de irregularidades na execução de convênio, após o julgamento em tomada de contas especial, não se confunde com a análise ordinária das contas anuais.

STF abre inquérito contra Sergio Moro; entenda motivo de investigação

Um jornal indica que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu o inquérito solicitado pela Procuradoria-Geral da República para investigar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) em uma atuação de quando Moro ainda era juiz.

A investigação irá averiguar se Moro e procuradores realizaram um acordo de delação fraudulento, que foi fundamental para instalação da operação Lava Jato.

Segundo o Blog de Daniela Lima no G1, Dias Toffoli abriu o inquérito para investigar Sergio Moro ainda em 19 de dezembro, mas como a decisão está em sigilo ainda não tinha sido compartilhada.

O caso no qual Moro será investigado está vinculado com a revelação feita pelo ex-deputado estadual do Paraná Tony Garcia, que relatou ter firmado um acordo de delação premiada no início dos anos 2000s em que grampeou integrantes do Judiciário e do Tribunal de Contas do Estado.

Membros do Judiciário e do TCE-PR não poderiam ser investigados da maneira apresentada por Tony Garcia, já que esses indivíduos detêm foro de prerrogativa.

Veja quantos anos Dino, Xandão, Moraes e outros ministros ainda ficam no STF

A chegada do ministro Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) completa a composição da Corte, tradicionalmente formada por 11 integrantes. Desde a aposentadoria da ministra Rosa Weber, em setembro, uma cadeira estava vazia. E a composição atual deve durar ao menos até 2028, quando o ministro Luiz Fux se aposenta e deixa outra vaga em aberto.

Dino, apesar de indicado recentemente, deixará a Corte antes de ministros que estão há mais tempo nas cadeiras, como Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Cristiano Zanin. Isso acontece porque, diferente dos poderes Legislativo e Executivo, a Suprema Corte não adota o sistema de mandatos, mas a lei prevê uma aposentadoria uma aposentadoria compulsória por idade.

A sucessão de ministros, geralmente, ocorre quando o titular atinge a idade limite para o exercício das funções, de 75 anos

Veja as datas da aposentadoria de cada ministro:

  • Luiz Fux (abril de 2028);
  • Cármen Lúcia (abril de 2029);
  • Gilmar Mendes (dezembro de 2030);
  • Edson Fachin (fevereiro de 2033);
  • Luís Roberto Barroso (março de 2033);
  • Dias Toffoli (novembro de 2042);
  • Flávio Dino (abril de 2043);
  • Alexandre de Moraes (dezembro de 2043);
  • Kassio Nunes Marques (maio de 2047);
  • André Mendonça (dezembro de 2047);
  • Cristiano Zanin (novembro de 2050).

Deputados apresentam projeto para barrar decisão do STF que atinge imprensa

O deputado Kim Kataguiri (União-SP) protocolou, nesta sexta-feira, 1.º, um projeto de lei contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que responsabiliza jornais, revistas e portais jornalísticos por declarações de seus entrevistados contra terceiros se houver “indícios concretos” de que a informação é falsa.

O texto, que tem a coautoria do deputado Mendonça Filho (União-PE), diz que as empresas jornalísticas “não podem ser responsabilizadas civilmente por fala de entrevistado, mesmo se à época da publicação havia indícios concretos da falsidade de imputação e se o veículo deixou de observar o dever de cuidado na verificação da veracidade dos fatos”.

“A decisão do STF é o pior retrocesso para a liberdade de expressão da história da Nova República. Ela fere de morte o jornalismo investigativo e cria uma blindagem ainda maior para a elite política corrupta do nosso País”, disse Kim. “Não podemos entrar para o rol de países que não respeitam a liberdade de imprensa.”

Os parlamentares ainda pretendem coletar assinaturas para elaborar um projeto de emenda à Constituição (PEC) que também trate do tema. Para isso, eles precisarão coletar 71, ou seja, 1/3, das assinaturas da Câmara.

“Com todo respeito aos ministros, acho que é um gravíssimo equívoco”, disse Mendonça Filho. “Não vai ser cerceando a liberdade de expressão e da imprensa que vai se combater o ódio da extrema esquerda e direita. É um remédio que vai virar veneno contra a democracia.”

Ministros de Lula e do STF vão ganhar passagens aéreas semanais

O governo deseja incluir no Orçamento de 2024 o pagamento de passagens aéreas semanais para os 38 ministros de Estado na Esplanada e para os 11 magistrados do Supremo Tribunal Federal. Não será necessário justificar a viagem com algum compromisso de trabalho. Ou seja, essas passagens poderão ser usadas para o lazer dos ministros, usando os bilhetes para retornar para seus Estados de origem.

Eles já podem utilizar passagens custeadas pela União no “estrito interesse do serviço público”. Na prática, quando há alguma agenda de trabalho fora de Brasília. Uma emenda à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), entretanto, permite que esse direito seja ampliado.

O conceito de “estrito interesse do serviço público” é modificado para: “No estrito interesse do serviço público, nele compreendido o transporte entre Brasília e o local de residência de origem de membros do Poder Legislativo, ministros do Supremo Tribunal Federal e ministros de Estado”.

Ministro Fux manda Tarcísio e Alesp explicarem lei que livrou Bolsonaro de multas da pandemia

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a Assembleia Legislativa do Estado justifiquem a lei que anistia multas aplicadas durante a pandemia. O prazo para resposta é de dez dias.

“A presente ação direta de inconstitucionalidade questiona a validade de norma estadual que, conforme alegado, viola o direito fundamental à saúde e a higidez das receitas públicas, o que evidencia a relevância da matéria e seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica”, escreveu.

O ministro despachou em uma ação movida pelo Partido Verde. A legenda pede que a lei seja declarada inconstitucional por desvio de finalidade. No

PEC que limita poderes dos ministros do STF pode ser votada nesta terça

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse ontem que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita poderes do Supremo Tribunal Federal (STF) pode ser votada na próxima terça-feira. A proposta impede que decisões tomadas por um único ministro do STF suspendam a vigência de leis ou atos dos presidentes da República, do Senado e da Câmara dos Deputados.

A PEC também define um prazo de seis meses, prorrogável por mais quatro, para a concessão de pedidos de vista. O tempo de análise passa a ser coletivo. Ou seja, quando um ministro solicitar tempo extra para analisar um processo em julgamento, todos os outros terão direito à vista.

CNBB reafirma posicionamento contra a tese do marco temporal; julgamento pelo STF continua nessa quinta-feira

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou, nesta quarta-feira, 30 de agosto, o julgamento sobre os direitos constitucionais e territoriais dos povos indígenas. A votação trará a posição da Suprema Corte acerca da tese do marco temporal, que pretende restringir o direito constitucional dos povos originários à demarcação de suas terras. O julgamento continua nesta quinta-feira (31).

O julgamento está acontecendo no STF, em Brasília (DF), e transmitido ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do STF no YouTube. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está na expectativa de que a Suprema Corte reafirme sem restrições os direitos conquistados na Constituição Federal de 1988 e afaste de forma definitiva a tese do marco temporal.