Dentro do universo de demanda reprimida, o Nordeste segue sendo a segunda pior região em número de famílias na fila de espera para inclusão no Programa Auxílio Brasil (PAB). Na Região, são 963 mil de famílias que continuavam à espera do benefício até o mês de abril. As informações são do Jornal do Commercio.
Somente em Pernambuco, o mês de abril representou 65.442 mil famílias à espera do Auxílio Brasil. O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) já mostrou que Pernambuco ocupa o quarto pior lugar no ranking de pobreza do Brasil, com 50,32% dos habitantes com renda per capita abaixo de R$ 497 mensais no ano passado.
Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a autorização para o pagamento do PAB em 2022 chegou a R$ 89,8 bilhões, mas foram efetivamente pagos R$ 44,2 bilhões. Isso corresponde a apenas 49,3% do total autorizado sendo pago até o mês de abril deste ano. Agora, o governo se prepara para a liberação de mais dinheiro.
A execução orçamentária total do ano de 2021 não foi suficiente para garantir a proteção social às mais de 3 milhões de famílias, sendo definida como demanda reprimida do programa, correspondendo a mais de 6 milhões de pessoas.
Já em 2022, após as alterações do programa, o orçamento autorizado aumentou mais de 5 vezes o valor em relação ao autorizado no ano de 2021.
Como o governo federal gastou nos seis primeiros meses do ano o total de R$ 44,2 bilhões, ou uma média R$ 7,3 bilhões/mês para arcar com o programa Auxílio Brasil, e até o momento foram beneficiadas 18,1 milhões de famílias, estima-se que de julho a dezembro de 2022 – sem considerar um aumento para R$ 600 – o gasto médio mensal seria de R$ 8,63 bilhões para zerar a fila de espera no País.
O valor é 17% maior do que o observado na média de janeiro a junho, em que o governo gastou em média R$ 7,38 bilhões por mês para arcar com os custos do programa.
Para zerar a fila de famílias à espera do benefício, o governo federal deve gastar o total de R$ 96 bilhões, ou seja, com o orçamento de R$ 89,8 bilhões teria um déficit de R$ 6,2 bilhões para dar conta da fila que se formava até o mês de abril.