Candidata a governadora de Pernambuco pelo PSDB, Raquel Lyra afirmou nesta segunda-feira (17) que as alianças que firmou com partidos e lideranças políticas no pleito deste ano não estão condicionadas ao apoio dela a qualquer candidato à Presidência da República, ou a espaços em um eventual governo seu. Raquel, que não vai abrir seu voto para presidente no segundo turno, vem sendo criticada pela campanha de Marília Arraes (Solidariedade) por essa decisão e constantemente associada à imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do governador Paulo Câmara (PSB). Apesar de os socialistas estarem oficialmente com a aliada de Lula (PT) no Estado, alguns deles têm divulgado que vão votar na ex-prefeita de Caruaru.

Durante participação em sabatina da Rádio Folha pela manhã, Raquel Lyra reafirmou que não pretende divulgar a sua escolha na disputa nacional. A candidata também disse que é o governador, não o presidente, quem vai cuidar das estradas do Estado, quem vai colocar água nas torneiras dos pernambucanos e que está disposta a construir pontes com quem quer que seja o escolhido pelos eleitores brasileiros para chefiar o País a partir de 2023.

Quando questionada se as lideranças conservadoras, bolsonaristas e socialistas que declararam apoio ao seu projeto teriam espaço no governo caso venha a ser eleita, a ex-prefeita de Caruaru afirmou que os pilares da sua gestão serão o seu plano de governo e que todos os que aderiram à sua campanha concordam com eles.

“Eu estou aqui com o meu plano de governo na mão. Ele foi construído de forma colaborativa sobre educação, saúde, segurança, geração de emprego. São 68 páginas e é esse o nosso guia. Todos os apoios que vieram, não houve negociação de nada, a não ser a mudança que Pernambuco precisa. Não negociei espaços no governo. (…) Todo mundo sabe como eu faço política e vou continuar fazendo. Esses são valores inegociáveis”, afirmou Raquel.

A tucana também cuidou de afastar rumores de que teria se distanciado da família Coelho, que declarou apoio a ela no segundo turno, após Miguel, ex-prefeito de Petrolina, não conseguir avançar na corrida estadual. Os boatos de um possível afastamento entre eles ganharam força no último domingo (16), após nenhum membro do clã sertanejo ter comparecido ao grande ato político que ela realizou em Caruaru.

“Não é verdade (que os Coelho não foram convidados). Quem pôde estar lá, estava”, cravou a candidata, afirmando, em seguida, que iria se encontrar com Miguel ainda nesta segunda, para um almoço.

Raquel disse, também, que ainda não conversou com o antigo aliado, Anderson Ferreira (PL), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, sobre uma possível aliança nesta fase do pleito. A tucana frisou que está construindo uma frente política com apoiadores de Lula e Bolsonaro e que seu objetivo é “unir o Estado para garantir que Pernambuco possa viver dias melhores”.

Na entrevista, Raquel também não poupou críticas a Marília Arraes e ao governador Paulo Câmara (PSB). “A coerência na política cobra o seu preço. O povo está atento a todos os movimentos de quem faz política. (…) Houve uma briga ferrenha em 2020 e agora uma aliança para se manter no poder, um vale-tudo pela eleição. O legado que Paulo Câmara deixa para Pernambuco é muito ruim, ele passou por três presidentes e não foi capaz de entregar soluções para o nosso Estado. (…) O PSB e Paulo Câmara fizeram de tudo para se manter no poder e se encastelou no Palácio e em troca de apoio político, dividiram o governo, e agora vão apoiar a nossa adversária a troco de que? Se manter no poder de novo?”, disparou a tucana.

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