O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem ligado quase todos os dias para Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para pressioná-lo a tomar uma medida judicial contestando o resultado das eleições presidenciais. A informação é da coluna de Thais Oyama, do UOL.

Segundo interlocutores, Bolsonaro segue inconformado com a derrota nas urnas. A Valdemar, argumenta usando ora o relatório do Ministério da Defesa sobre a auditoria das urnas, ora o relatório que está sendo feito pelo engenheiro Carlos Rocha, do Instituto Voto Legal (IVL), contratado por insistência do mandatário e seus filhos no valor de R$ 1,3 milhão.

Mas Valdemar não tem sofrido apenas com as pressões “de cima para baixo”, vindas de Bolsonaro. Ele também é cobrado “de baixo para cima”, por 44 deputados bolsonaristas que se elegeram pelo PL.

Nomes como Carla Zambelli e Nikolas Ferreira querem que o cacique do partido aponte supostas inconsistências no processo de verificação das urnas e peça a anulação das eleições. Ambos os deputados eleitos tiveram suas contas nas redes sociais suspensas por ordem do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eles receiam, segundo a coluna, que o próximo passo seja pedir a cassação de seus mandatos.

O presidente do PL, no entanto, não tem interesse em entrar com uma ação judicial que coloque em risco os 99 deputados federais eleitos pela legenda neste ano, formando a maior bancada da Câmara. Para contornar as pressões, ele disse em entrevista que entraria até esta terça-feira (22) com um pedido junto ao TSE de revisão de 250 mil urnas eletrônicas que não teriam número de identificação. Por esse motivo, argumenta, “não poderiam ter sido consideradas”.

Além de temer que as declarações da bancada bolsonarista e as pressões do presidente fujam de seu controle às vésperas da eleição para a Mesa da Câmara, Valdemar também receia que Bolsonaro coloque um ponto final no acordo que o cacique firmou com Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo, para que ele apoie seu aliado, André do Prado, para a presidência da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

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