Nesta quinta-feira (03/10), Danilo Simões, candidato a prefeito de Afogados da Ingazeira pelo PSD e líder da oposição, participou de uma sabatina na Rádio Pajeú. O debate, que seria um confronto direto com seu oponente, o atual prefeito Sandrinho Palmeira, acabou não ocorrendo devido à ausência do adversário. Danilo não poupou críticas, apontando a ausência como um reflexo da falta de liderança de Sandrinho.
“Ele fugiu do debate”
Danilo foi incisivo ao explicar o motivo pelo qual acredita que Sandrinho evitou o embate:
“Eu sei por que o prefeito não veio. Ele não está acostumado a ouvir a verdade, a encarar um oponente de frente, alguém que tem propriedade e conteúdo para fazer oposição. Ele não veio porque não é líder. Seus coordenadores e assessores mandaram que ele não viesse, e ele aceitou. Ele não tem autoridade, não é um líder, é um liderado.”
Para o candidato, a ausência de Sandrinho evidencia sua incapacidade de liderar, reforçando a crítica de que o prefeito não tem autonomia e é “comandado” por terceiros.
Denúncias de má gestão
Além das críticas políticas, Danilo apresentou graves denúncias sobre a gestão financeira do município. Segundo ele, a atual administração de Afogados da Ingazeira dobrou sua arrecadação em relação ao governo de José Patriota, mas ainda assim enfrenta dificuldades financeiras. O candidato comparou a situação a uma pessoa que ganha mais, mas não consegue controlar seus gastos:
“Eles arrecadaram duas vezes mais do que no governo anterior, mas não têm capacidade de gerir esses recursos. A Prefeitura teve autorização para um empréstimo de R$ 24 milhões em 2022, pagou uma taxa de R$ 480 mil e só conseguiu utilizar R$ 8 milhões, porque a administração está com nota C em capacidade de crédito.”
Segundo Danilo, essa situação de má gestão se reflete em várias áreas do município, com aumento expressivo dos gastos, como os contratos com a empresa BPM Serviços, que dobrou o faturamento em relação ao governo anterior. Ele também denunciou o uso ineficaz dos recursos destinados a obras públicas, como o contrato de R$ 3 milhões para a construção de uma usina de energia solar, que, mesmo paga, não está em funcionamento.
Promessa de auditoria e gestão austera
Danilo Simões prometeu uma auditoria detalhada nos contratos da atual gestão, caso seja eleito, afirmando que há indícios de má gestão, embora ainda não tenha provas de dolo. Ele enfatizou que, se houver irregularidades, elas serão encaminhadas ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas.
“Fomos apurar o contrato do Finisa. Se a administração financeira estivesse boa, por que tomar crédito e gerar mais despesas para o município? Um dos investimentos do Finisa é a usina de energia solar. Eu estive lá, fiz um vídeo, e a obra não está funcionando. O contrato dizia que a execução seria feita em 12 meses e que o pagamento seria por medição, como se fosse uma obra de casa. No entanto, a obra está paga, mas não está funcionando, e a prefeitura continua pagando a conta de energia à Celpe, gerando mais de 2 milhões de reais em despesas”, denunciou.
“A empresa responsável pela obra foi fundada em dezembro de 2022 e, seis meses depois, já ganhou a licitação, sem ter portfólio ou expertise. Recebeu o dinheiro, e a obra não está funcionando. Além disso, o sócio dessa empresa aparece em outras que também prestam serviços em Afogados e, nos últimos quatro anos, receberam mais de 9 milhões de reais dos cofres públicos, incluindo obras como o pátio da feira, que também está caminhando lentamente. Os recursos do Finisa, cerca de 8 milhões de reais, foram quase todos para essas empresas”, continuou Danilo.
Para o candidato, a solução passa por uma gestão mais austera e eficiente, que permita o uso dos recursos públicos de forma mais eficaz:
“Vamos fazer uma auditoria completa e uma gestão responsável, com o apoio de Raquel Lyra (governadora), André de Paula (ministro da Pesca e Aquicultura), Iza Arruda (deputada federal) e Romero Salles Filho (deputado estadual). Afogados precisa de obras, saneamento, calçamento e emprego, e é isso que vamos trazer”, afirmou Danilo Simões.